quinta-feira, 16 de abril de 2009

Coração Vagabundo


Meu coração não se cansa
de ter esperança
de um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
não és só a lembrança
de um vulto feliz de mulher
que passou por meu sonho
sem dizer adeus
e fez dos olhos meus
um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
quer guardar o mundo em mim...

Caetano Veloso

Pedaço de Mim


Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Trocando em Miúdos



http://www.youtube.com/watch?v=hn4JyodL7K4

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu

Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter

Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu

Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.

CONFLITOS


Já que começou
Partiu de você
Estou aqui

Sem brigas

Sem atirar pedras

Quem não pecou?

Não vou atirar a primeira

Deixo para você
Não fui eu quem deu início a partida

Que até hoje dói a ferida
Sim, vou ficar aqui
Passearei na avenida

De mãos dadas com a solidão

Melhor assim
Fogo e palha

Espalha

Água falta
No planeta

Melhor assim
Não vou mais atacar

Minhas palavras ficaram mudas
Meus versos sem rimas

Minhas estrofes sem cadências

Minha poesia não me quer
Não estou feliz

Isso é uma evidência

Não posso explicar

Deixo para ciência
Ou, seria da consciência?
Não tem importância

E o silêncio se fez mais uma vez

Quem nunca se sentiu assim: Em conflitos
Perturbados
Esquecidos

Magoados
“Atirem a primeira pedra”

sol pereira
13/04/2009

Foi tudo Ilusão.




Foi tudo Ilusão.
Conhecemos-nos daquela bela noite de luar,
Sorrimos... Trocamos beijos... Aproximamos-nos.
A noite se encheu de fogos, luzes...
Foi tudo tão romântico, envolto em cores e flores.
Ah o amor...
Nossos corpos envoltos por caricias,
Como te amei... Você me amou?
Como saber? Eu não sei...
Os dias passaram...
Os ecos das promessas ficaram latejando em mim...
O que foi felicidade, agora me angustia...
Onde estão nossos sonhos, fantasias...
Nem a sombra de tua mão a meu lado está.
Será que ainda me queres?
Não...
Tudo não passou de um sonho, ilusão...
Como sempre, mais uma vez, amei em vão.


UM SONHADOR

Enquanto o sono não vem



Enquanto o sono não vem

Enquanto o sono não vem
Mergulhada no silêncio
Mordo a pedra que me amordaça
Que me mantém e contém frágil.

Sonho-te em cores neste abismo mortal
No pasmo que me cerca...

Debato-me em amarras,
Sonhando vôos,
Adiando gozos.

Tua metade ausente
Alisa meus contornos,
Imprime-me em tuas mãos.

Quero o doce prazer de amar,
Sem hora pra começar,
Sem hora pra acabar.

Corro ao teu encontro nas asas da noite,
Num raio de luar, cruzo a ponte de estrelas.
Quero a emoção de estar contigo.
Ser tua como primeira vez.
Em hora que se incendeia de fagulhas.
Adormecidas em sangue que flui rápido.

Eu me prostro exaurida,
Nas sombras dos minutos
No travo amargo da espera,
Enquanto o sono não vem e o frio chega à janela.

(É uma linda poesia de Autoria Desconhecida)

UM SONHADOR


domingo, 12 de abril de 2009

O coração de um sonhador




O coração sonhador
Busca sempre a utopia,
Tal qual uma criança
Sem a maldade da vida busca tudo o que quer
Ninguém, nunca, lhes disse que certar coisas são impossíveis.
Então ele sonha e sofre.
Geralmente são corações inquietos,
Desprovidos de limites, quem abarcar o mundo..

O coração sonhador guarda
Estereótipos de romances “hollywoodianos”
Improváveis na vida real.
Onde o carinho, compreensão e cumplicidade,
São sempre uma constante em qualquer ligação.

Pobres corações estes sonhadores.
Que por amor vão, lentamente, morrendo.
A vida não os poupara!
Um Sonhador

Invisíveis, mas não Ausentes!

Quando morreu, no século XIX, Victor Hugo arrastou nada menos que dois milhões de acompanhantes em seu cortejo fúnebre, em plena Paris.

Lutador das causas sociais, defensor dos oprimidos, divulgador do ensino e da educação.

O genial literato deixou textos inéditos que, por sua vontade, somente foram publicados após a sua morte.

Um deles fala exatamente do homem e da imortalidade e se traduz mais ou menos nas seguintes palavras:

"A morte não é o fim de tudo.
Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra.
Na morte o homem acaba, e a alma começa.
Que digam esses que atravessam à hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto.
Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo?
Eu sou uma alma.
Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser.
O que constitui o meu eu, irá além.
O homem é um prisioneiro.
O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra.
Coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro.
Aí, olha, distingue ao longe a campina, aspira o ar livre, vê a luz.
Assim é o homem.
O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade.
Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?
Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo.
De que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro?
A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo.
É por demais pesado para esta terra.
O mundo luminoso é o mundo invisível.
O mundo do luminoso é o que não vemos.
Os nossos olhos carnais só vêem a noite.
A morte é uma mudança de vestimenta.
A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz.
Na morte o homem fica sendo imortal.
A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela.
A morte é uma continuação.
Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.
As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz.
Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus.
O ponto de reunião é no infinito.
Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.
Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito”.

(Victor Hugo)


Muitos consideram que o falecimento de uma pessoa amada é verdadeira desgraça, quando, em verdade, morrer não é finar-se nem consumir-se, mas libertar-se.

Assim, diante dos que partiram na direção da morte, assuma o compromisso de preparar-se para o reencontro com eles na vida espiritual.

Prossegue em sua jornada na Terra sem adiar as realizações superiores que lhe competem.

Pois elas serão valiosas, quando você fizer a grande viagem, rumo à madrugada clarificadora da eternidade.

Que Deus nos ilumine hoje e sempre!
"Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
Que sem nós dois o que resta sou euEu assim tão só"


Quantas vezes vou ter que repetir isso para ti?
Não perceber que o mundo gira, o tempo passa, pessoas seguem seu destino.
No final das contas seremos eu e você. Mas quanto tempo nos resta neste mundo? Quanto tempo tenho para ficar junto a ti?
Por que perder tanto tempo com coisas que vão estar aqui mesmo depois de nossa partida.
Não percebes coisa tão elementar.


"E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu calor
E ver que foi só um sonho que findou"


Está é a única forma de continuar vivendo.
Entender que não posso depositar minha felicidade de em tuas mãos.
Eu sou o senhor de minha vida, não você.
Minha felicidade não está em tuas mãos, e sim nas minhas.
Tenho que buscar dentro da minha dor a força para viver ser ti.
Já que tuas prioridades são outras.


"Ah, o amorQuando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vemÉ tão triste..."

Mas a vida prossegue... Com ou sem você ao meu lado.
Nossos caminhos seguem direções opostas.


"Meus olhos choram a falta dos teus
Estes teus olhos que foram tão meus"


Mas isso passa... é um tolo romantismo.
A vida ensina a dar a volta por cima.
Procuro dentro de mim, hei de achar a força de que necessito.

Um Sonhador


Endeixa de Luíz de Camões

Endeixa

http://www.youtube.com/watch?v=75-y78hTBlA&feature=email


Ana Moura


Composição: Camões

Pois meus olhos não deixam de chorar

Tristezas que não cansam de cansar-me

Pois não abranda o fogo em que abrasar-me

Pode quem eu jamais pude abrandar

Não canse o cego amor de me guiar

A parte donde não saiba tornar-me

Nem deixe o mundo todo de escutar-me

Enquanto me a voz fraca não deixar

E se em montes, em rios, ou em vales

Piedade mora ou dentro mora amor

Em feras, aves, plantas, pedras, águas

Ouçam a longa história de meus males

E curem sua dor com minha dor

Que grandes mágoas podem curar mágoas

Ana Moura canta Os Búzios





Búzios Cantora: Ana Moura Composição: Jorge Fernando
Havia a solidão da prece no olhar triste
Como se os seus olhos fossem as portas do pranto
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte
Havia um desespero intenso na sua voz
O quarto cheirava a incenso, mais uns quantos pós
A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe 2 nós
E o seu padre santo falou usando-lhe a voz
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte

sábado, 11 de abril de 2009

LEMBRANÇAS



L E M B R A N Ç A S

Quando eu lembro de ti
Fico sonhando acordado
Vejo você sorrindo
Sentando-se ao meu lado
Vejo as curvas do teu corpo
Por teu vestido colado

Sentados à beira de um lago
Ouvindo as aves cantar
E murmurando baixinho
Você fica a me beijar
E desse sonho de amor
Eu não quero despertar

Eu e você juntos
Ficamos nos abraçando
O sol ia descendo
A noite ia chegando
Você deitou-se em meu colo
E adormeceu cantando

Eu fiquei amaciando
O seu cabelo lindo
Loiro, macio e dourado
Como um anjo dormindo
Ela adormeceu cantando
Pra mim despertou sorrindo

Foram só lembranças
Do que entre nós passou
Os beijos que ela me deu
A minha mente gravou
Foi um momento tão lindo
Que o tempo nunca apagou

Eu fico a me perguntar
Sem ninguém me responder
Momentos inesquecíveis
Que pretendo reviver
Mas são apenas lembranças
Que não consigo esquecer.


Zé Bezerra o Águia de Prata
Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2008
Código do texto: T873854

Doce Veneno




Doce veneno

Mergulhaste no precipício
das minhas veias,
num beijo que incendeia!
Cala-me os lábios
Arrebata minha calma
Minha inquieta alma
sufocada...envenenada.
Veneno forasteiro!
Traiçoeiro...
Envolto em minha saliva,
consumiu minha língua,
meus lábios e todo instinto
ao degustar da tua boca.
Colocaste-me em harmonia
entre vida e morte
e solto a fantasia
que à granel me jazia,
o veneno do desejo!
O doce arsênico do beijo.

Oswaldo Montenegro - Metade




Isso é quase uma oração ao amor!
http://www.youtube.com/watch?v=ze3yMTMB8-Y

Metade
Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei

Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

De Pablo Neruda, Fica proibido!

“Fica proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer,
Ter medo das tuas recordações
Fica proibido não sorrir ante os problemas,
Não lutar pelo que queres,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar em realidade teus sonhos
Fica proibido não demonstrar o teu amor,
Fazer com que alguém pague pelas tuas dúvidas e pelo teu mau humor
Fica proibido deixar os teus amigos,
Não tentar compreender aquilo que viveram juntos,
Chamá-los somente quando precisa deles
Fica proibido não seres tu perante todos,
Fingir para as pessoas que não te importas,
Esquecer todos os que te querem
Fica proibido não fazeres as coisas para ti mesmo,
Não fazeres o teu destino,
Ter medo da vida e dos teus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse o último.

O Teu Corpo



Percorro o teu corpo sedoso…

Em busca de ti

Do teu cheiro,

Do teu sabor,

Do teu perfume,

Do teu fervor.

Me inebrio…

Na leveza do teu corpo

Na sua doçura,

No seu calor,

Na sua beleza.

É meu alimento,

A minha maldição,

A minha loucura,

A minha perdição.

Penetro…

Nesse Bosque imenso,

De curvas assimétricas,

E grutas inexploradas,

Que desconheço.

Mas quero descobrir,

Incessantemente,

Impacientemente…

Labirinto,

Que não me importo

De não encontrar a saída,

E nele me perder para sempre,

No sabor de ti.



Meu Desejo





Meu Desejo



Amanhece...

Sobre a cama vejo teu corpo deitado.

Na penumbra do amanhecer seu alvo corpo ganha incrível contraste com os raios dourados do sol matinal.

Desperta-la... Tarefa que faço sem pressa.

Beijar teu corpo enquanto tu te espreguiças...

Minhas mãos deslizam na mais pura seda de tua pele.

Embaixo do chuveiro, sabonete, carinho e beijos

Desejo te tocar e ser tocado.

Apóias teu peito em minhas costas,

tua língua busca minha nuca,

em resposta, meus músculos se retesam.

Nossos corpos entrelaçam-se...

Pulsantes sob a água...

O sabonete um mero pretexto para

deslizar minhas mãos sobre ti.

És especialmente bela, macia...

E nesse momento inebriante,

torno-me escravo de teus desejos.

Percebo que a tua totalidade me escapa.

Deixa-me desesperado e faminto

de uma maneira quase servil.



Um Sonhador