terça-feira, 29 de junho de 2010

À Domicílio




À Domicílio




... O apartamento abria janelas para o mundo.

Crianças vinham colher na maresia essas notícias da vida por viver
ou da inconsciente saudade de nós mesmos.

A pobreza da terra era maior entre os metais que a rua misturava
a feios corpos, duvidosos, na pressa.

E de terraço em solitude os ecos refluíam e cada exílio em muitos se tornava e outra cidade fora da cidade na garra de um anzol  ia subindo, adunca pescaria, mal difuso, problema de existir, amor sem uso...
  
 Carlos Drummond de Andrade

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